O Filho de Mil Homens (Valter Hugo Mãe)

Não sei se já vos aconteceu, de forma inesperada, quase involuntária, acariciarem um livro depois de o terminarem. Passarem a mão pelo seu corpo como se ele fosse de verdade. Num gesto de afeto, de carinho pelas emoções que despertou, mas também de despedida e já de saudade, como se de uma pessoa querida se tratasse.

Já me aconteceu muitas vezes e com intensidades diferentes. De umas guardei nítida a imagem, de outras não. Uns por serem obras primas da palavra escrita, outros apenas pelo transbordar de um estado de alma. Hoje aconteceu-me de novo, com este livro, do Valter Hugo Mãe. Uma escrita de uma beleza só, tão intensa que lhe sorvemos as palavras, os sentimentos, as emoções.

O meu Alentejo, também ele está assim, de uma beleza única e soberba, como o mostro. Assim o bebi e acariciei com os olhos pela tarde, antes das derradeiras linhas desta obra linda e genial.

Todos somos filhos de mil homens e mil mulheres. Muito poucos os que a natureza dotou de um tal talento. O Filho de Mil Homens não é só um livro, é um poema único, uma pérola de sensibilidades, como alguém diria: “uma obra da ourivesaria literária, uma experiência de amor pela humanidade”. Que bom seria se a grande família humanidade, no final das contas, como na ficção, sempre se pudesse construir e aceitar assim, na diferença.

2 pensamentos sobre “O Filho de Mil Homens (Valter Hugo Mãe)

    1. Também aprecio mesmo muito a escrita do VHM. É pura poesia, arte de expressão. Há coisas muito curiosas na vida. Tinha-o para ler há muito tempo. No dia seguinte a tê-lo terminado e publicado o post, o escritor veio partilhar nas redes sociais uma enorme tristeza, a morte de um sobrinho, sobrinho que lhe serviu de inspiração quando escreveu este livro. Tão jovem! 😦

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