Terceira, a ilha lilás

Depois de nos termos deslumbrado com a inigualável beleza de S. Miguel, ficou assente que a próxima ilha a visitar do Arquipélago dos Açores seria a Ilha Terceira. E foi. As casas e as igrejas dão um colorido incrível à ilha, que também se pinta de verde, numa deslumbrante manta de retalhos salpicada de preto e branco. Como a paisagem, o povo é alegre e caloroso. Não é apenas uma ilha, é um lugar de múltiplos encantos, que se deve visitar sem pressas, no prazer de saborear cada detalhe.

Tínhamos noção que são ilhas diferentes, em termos geográficos, culturais e de paisagem natural. Mas, para além das diferenças evidentes, têm vários pontos em comum, como as hortênsias ao longo das estradas (infelizmente no outono já não estão no esplendor da sua beleza), ou as imensas pastagens verdes povoadas de vaquinhas leiteiras.

Fomos em setembro, e destinámos 5 dias para conhecer a ilha. Como foi o nosso roteiro pela Ilha Terceira?

Neste artigo vou contar-vos como foram os nossos dias. Ficámos alojados em Angra do Heroísmo e percorremos todos, ou quase todos, os cantinhos da ilha, visitámos os principais monumentos e os pontos turisticamente mais conhecidos, fizemos alguns trilhos pedestres, tomámos banho nas Piscinas naturais, e saboreámos a fantástica gastronomia.

Venham conhecer a maravilhosa Ilha Lilás.

DIA 1

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  • Praia da Vitória – visita aos principais pontos da cidade
  • Seguimos até aos Altares. Almoço no Restaurante Caneta (alcatra tradicional, queijo fresco com pimentão, morcela com laranja)
  • Tarde na Serreta – Festas, tourada de cordas
  • Angra do Heroísmo, passeio pelo centro
  • Jantar: esplanada do Café Central

Chegámos bem cedo, pelas 9:30h ao aeroporto das Lages, junto à Praia da Vitória. Levantámos o carro que tínhamos reservado previamente na Ilha Verde, e como tínhamos partido de casa de madrugada, aproveitámos para tomar o pequeno almoço na Praia da Vitória, numa pequena pastelaria da rua principal.

O sol espreitava e a temperatura estava muito agradável. Agradou-nos de imediato o ambiente tranquilo e o colorido desta pequena cidade, onde encontramos sobretudo habitantes locais, nas suas rotinas diárias, e muito poucos turistas.

Pareceu-nos que visitar a cidade seria um óptimo programa para dar início à descoberta da ilha.

Praia da Vitória

Situa-se na costa este, junto ao aeroporto das Lages, é dona da maior baía dos Açores e  tem um invejável património histórico, material e imaterial. Começou por ser baptizada por “Praia”, mas em 1829, depois de ter tomado o partido dos Liberais contra os Absolutistas e ter resistido à armada Miguelista com 21 embarcações, ganhou o topónimo de “Vitória” e assim nasceu a Praia da Vitória.

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A cidade conheceu um enorme desenvolvimento com a construção da Base das Lages, criada no contexto da Segunda Guerra Mundial. Durante várias décadas os americanos, que construíram um bairro (quase uma aldeia) próprio junto à base (uma espécie de enclave dos EUA nos Açores),  permaneceram na ilha e isso constituía o principal motor da economia da Terceira. A base chegou a ter mais de 2000 militares americanos e de 2000 trabalhadores portugueses.

Em 2015 foi iniciado um processo de redução drástica de pessoal, por parte dos EUA, e em setembro de 2017 a última centena de moradores abandonou o Bairro Americano.  Hoje os militares da Força Aérea dos EUA e civis que trabalham na base são muito poucos. Passaram a receber um subsídio de renda e vivem em casas por toda a ilha. A ilha conta ainda com a Base Aérea nº4 que é portuguesa.

O que ver na cidade

O centro histórico é o seu principal ex-libris onde as tradicionais ruas calcetadas e uma arquitectura muito típica, ocupam um lugar de destaque. Mas há monumentos de uma beleza ímpar não cidade, como a Igreja Matriz do século XV, o Forte de Santa Catarina ou a Igreja do Senhor Santo Cristo (século XVI). As Ermidas de Nossa Senhora dos Remédios, de São Salvador e de São Lázaro, o bonito edifício dos Paços do Concelho, a interessante Casa da Alfandega ou a Casa Museu de Vitorino Nemésio, onde nasceu o poeta, um belo edifício do século XVII, são igualmente dignos de relevo. A Serra do Facho, e o seu miradouro com vista sobre a cidade, é um dos locais mais procurados da Praia da Vitória. Podemos ir até lá numa bela caminhada ou de carro.

Obrigatório na cidade é passear pelo seu bonito centro histórico, apreciar a arquitectura típica das casas, visitar as igrejas e percorrer o passeio marítimoNas igrejas e museus está sempre alguém disponível para nos prestar todos os esclarecimentos e nos acompanhar na visita.

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A manhã chegou rapidamente ao fim. Conhecida e cidade e os seus ponto principais, seguimos para Altares para almoçar no restaurante Caneta, previamente reservado.

O almoço correspondeu inteiramente às expectativas. Pedimos uma alcatra tradicional, acompanhada de pão lêvedo, para prato principal. De entradas o típico queijo fresco de vaca com massa de pimentão, e uma fantástica morcela com laranja. Como sobremesa, queijadas D. Amélia. O vinho, só podia ser dos Biscoitos. Uma refeição perfeita para inicio da incursão à gastronomia típica da Ilha Terceira.

Junto à costa e depois dos Biscoitos surge a Serreta, onde havia festa.

Serreta

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A festa  incluía a tradicional tourada à corda, tão típica desta ilha dos Açores. As tradições fazem parte da identidade e da cultura de qualquer povo, e desde que não choquem demasiado com os valores que defendemos gostamos sempre de apreciar. A tarde foi assim passada na Serreta, passeando um pouco, visitando a igreja e o Império, enquanto aguardávamos a tourada. Não valeu a espera porque definitivamente, e ainda que estas touradas não se comparem às tradicionais,  muito mais violentas e agressoras dos animais, definitivamente não apreciamos espectáculos em que gratuitamente é infligido sofrimento a outros seres vivos para gáudio dos humanos. É no entanto interessante observar todos os rituais em volta da festa. Multiplicam-se os vendedores de doces típicos locais, especialmente donetes (muito parecido com donuts), chocolates, e até gelados artesanais. Há também barraquinhas de comes e bebes.

Todas as casas da aldeia estavam decoradas com ramos de flores naturais. Isso sim, muito bonito.

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Seguimos depois calmamente para Angra, onde iríamos conhecer o nosso alojamento.

O final da tarde na estrada entre a Serreta e Angra é magnífico. Ao longe, no mar, à nossa direita, avistamos entre a neblina as ilhas de S. Jorge e Pico. Em frente na estrada, e até Angra, acompanha-nos a imponência do Monte Brasil. Terminámos a o dia na esplanada do Café Central, ao som de boa música ao vivo.


DIA 2

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  • Angra do Heroísmo
  • Caminhada até ao Monte Brasil
  • Serra do Cume
  • Porto Judeu
  • Piscina Natural do Refugo
  • Fonte do Bastardo
  • Almoço no Restaurante Fonte das Sete Bicas (alcatra de polvo, queijo fresco com pimentão)
  • Fonte das Sete Bicas
  • S. Sebastião
  • Lagoa das Patas
  • Biscoitos – Visita ao Museu do Vinho
  • Altares
  • (Miradouro dos Altares)
  • Doze Ribeiras
  • Santa Bárbara
  • Miradouro da Ponta do Queimado
  • S. Mateus da Calheta
  • Jantar – Pastelaria em Angra do Heroísmo

Deste dia, que foi também de passeios sem rumo, puramente à descoberta, destaca-se a subida do Monte Brasil a pé, a partir do Forte de S. João Batista, a visita à Serra do Cume, à Lagoa das Patas e ao Museu do Vinho nos Biscoitos.

Lagoa das Patas

A Lagoa das Patas, também conhecida como lagoa da Falca, localiza-se na Reserva Florestal de Recreio da Lagoa das Patas, junto à estrada das Doze Ribeiras, na freguesia das Doze Ribeiras, no concelho de Angra do Heroísmo. É um local muito bonito e tranquilo. Perfeito para uma caminhada em redor da lagoa ou um pic-nic. A lagoa, como o nome indica, tem muitos/as patos/as.

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Serra do Cume

A Serra do Cume é um dos ex-libris da Ilha e justiça lhe seja feita a vista, a manta de retalhos verde a estender-se até ao mar é de uma beleza extraordinária. Um cenário único.

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Os Miradouros da Serra do Cume, de elevado interesse paisagístico, localizam-se no topo do complexo desmantelado da Serra do Cume, no concelho da Praia da Vitória e oferecem uma das mais belas paisagens da ilha: de um lado, a 542 metros acima do nível do mar, a baía e cidade da Praia da Vitória, planície das Lajes e Base Aérea das Lajes e, pelo outro, a 545 metros acima do nível do mar, a grande planície do interior da ilha, com os seus típicos “cerrados”, separados por muros de pedra vulcânica e hortênsias. O complexo constitui-se nos restos de um primitivo vulcão, possivelmente o primordial da ilha, que apresenta uma vasta caldeira com um diâmetro de aproximadamente 15 quilómetros. A sua erupção formou um maciço de grandes dimensões que ampliou em vários quilómetros os limites da ilha. O interior dessa caldeira constitui-se numa vasta planície, atualmente ocupada por largas extensões de vegetação e áreas de pastagem. É possível ainda observar pequenos domos vulcânicos, formados por erupções posteriores, que se alinham ao longo de uma falha vulcânica.

O almoço foi deste dia foi na Fonte do Bastardo no Restaurante Fonte das Sete Bicas, uma magnífica alcatra de polvo. Deliciosa. De entrada, o irrecusável queijo fresco com pimentão.

Baía da Salga

Localizada na costa sul da ilha Terceira, na freguesia vila de São Sebastião é uma baía histórica dado ter sido o palco da famosa Batalha da Salga, contenda travada no dia 25 de julho de 1581 entre uma força militar de desembarque castelhana e as tropas que, em nome de D. António I de Portugal, pretendente ao trono de Portugal defendiam a ilha Terceira em oposição à união pessoal com Castela, no contexto da crise de sucessão de 1580. Junto à baía existe um monumento a Brianda Pereira, mulher que se destacou durante a contenda. Conta a lenda que as mulheres lideradas por Brianda venceram os espanhóis soltando uma manada de touros bravos, obrigando o exército a retornar às embarcações e a retirar. Graças a este acontecimento a ilha Terceira conseguiu resistir aos invasores durante mais dois anos. Período esse em que a ilha Terceira foi o único território português independente. Actualmente está transformada em zona de lazer tendo nas suas imediações um parque de campismo, um porto de pequena dimensão e uma piscina natural.

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Museu do Vinho – Biscoitos

O Museu do Vinho é um museu particular nos Biscoitos, onde tivemos oportunidade de conhecer melhor a vinha, tão característica desta região, porque é cultivada em terrenos de pedra vulcânica, a produção do vinho, toda a maquinaria implicada no processo, e provar o magnífico néctar.

O dono do Museu, senhor muito prestável e comunicativo, teve a amabilidade de nos acompanhar na visita, prestando todos os esclarecimentos, relatando as dificuldades com que se deparam nesta actividade, e contando-nos a história da família, há muito ligada à produção do vinho.

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Terminámos o dia na Ponta do Queimado com um arrebatador e imperdível pôr-do-sol.

Ponta do Queimado

Também conhecido por Ponta da Serreta, é um promontório e o ponto extremo ocidental da ilha. Estende-se por cerca de 100 metros adentro do mar, caracteriza-se por altas fragas e algumas grutas, e está localizado na freguesia da Serreta. Aqui encontramos também o Miradouro da Ponta do Queimado.

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Ao longe, no horizonte, o Pico.

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A manhã do terceiro dia começou na Serra de Santa Bárbara, onde o denso nevoeiro nos impediu de usufruir da magnífica vista. Havíamos de voltar no dia seguinte.

Seguimos até Agualva, já com um céu limpo e um sol radioso, com o objetivo de percorrer o belo trilho das Baías de Agualva.

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  • Percurso das Baías de Agualva
  • Praia dos Biscoitos
  • Almoço na Praia dos Biscoitos – Restaurante Porto dos Biscoitos
  • Serra de Santa Bárbara
  • Monte Brasil
  • Furnas do Enxofre
  • Lagoa do Negro
  • Algar do Carvão
  • Caldeira Guilherme Moniz
  • Jantar no Restaurante Beira Mar em S. Mateus da Calheta

PR2TER/ Baías da Agualva

PR2TER/ Baías da Agualva, é um trilho linear, fácil e com uma extensão de 4km. Não conseguimos perceber, nem com ajuda do GPS, onde era o início do percurso. Mas não nos atrapalhámos, deixámos o carro no Parque do Miradouro e demos início à caminhada aí.

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Para descansar da caminhada, um belo banho na Piscina natural dos Biscoitos. Almoçámos (muito mal, a pior refeição na ilha), junto às Piscinas, no Restaurante Porto dos Biscoitos.

Piscina natural dos Biscoitos

São um conjunto de formações geológicas marítimas, formadas através de escoadas de lava de erupções vulcânicas, que ao entrarem em contacto com a água do mar, e com as diferenças de profundidade, deram origem a curiosas formações geológicas que a abrasão marinha, ao longo do tempo, se foi encarregando de acentuar. Em 1969, aproveitando-se a disposição natural destas formações, criou-se a zona balnear dos Biscoitos, que foi sendo melhorada ao longo dos anos.

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De tarde subimos novamente até ao interior da ilha para visitarmos as Furnas do Enxofre, que não deslumbram, a Lagoa do Negro, com pouca água, o Algar do Carvão e a Caldeira Guilherme Moniz.

Furnas do enxofre

Localizam-se na freguesia do Porto Judeu, e constituem-se em um campo fumarólico, ou seja, numa área que compreende diversas saídas de gases vulcânicos agressivos, a diversas temperaturas, algumas bastante elevadas.

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Algar do Carvão

Decidimos não visitar a Gruta do Natal, mas ficámos absolutamente encantados com o Algar do Carvão. O ingresso de entrada custa €12 mas merece cada cêntimo. Sobretudo para que ajude a conservar a beleza daquele lugar.

É uma cavidade vulcânica localizada na freguesia do Porto Judeu, e inserida na Caldeira Guilherme Moniz, um antigo vulcão adormecido. Descendo cerca de 100 metros de profundidade através de uma entrada artificial desenvolvida para esse fim (túnel) podemos observar as estalactites únicas no mundo pelas suas características de silicatos, e uma lagoa subterrânea de águas cristalinas. Está classificado como Monumento Natural Regional e é um local incrível.

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Neste dia ainda voltámos aos vários miradouros do Monte Brasil, onde nos maravilhámos com as vistas, terminando o dia num belo jantar no Restaurante Beira Mar em S. Mateus da Calheta.

S. Mateus da Calheta

Uma bonita aldeia piscatória e freguesia do Concelho de Angra. Conta com um património religioso muito significativo, de que se destacam a Igreja Paroquial de São Mateus e as  Ermidas  de Nossa Senhora da Candelária, de São Tomás da Vila Nova, de Nossa Senhora das Mercês, de Santo António dos Milagres, de São João Baptista, de São Diogo e São Vicente e a de Nossa Senhora da Luz. Noutros tempos  possuiu vários fortes de protecção (agora em ruínas ou já desaparecidos), já que era muito fustigada por ataques de piratas. Tem também uma forte tradição baleeira.

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Para o quarto dia na ilha não havia grandes planos. Pela manhã demos um passeio ao longo da costa e percorremos uma parte do trilho pedestre da Ponta das Contendas. Depois visitámos Porto Martins e as suas bonitas Piscinas Naturais.

O almoço foi no Restaurante Boca Negra, em Porto Judeu. A famosa alcatra de peixe, de que só podemos dizer maravilhas.

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Porto Judeu

A Vila de São Sebastião-Porto (do) Judeu, também designada por Vila de Porto Judeu , é freguesia do concelho de Angra do Heroísmo e está localizada na costa sueste da ilha. Possui cerca de  2 500 habitantes, segundo o censo geral de 2011, ocupando-se a população ativa de atividades diversas como a agropecuária, a pesca, construção civil, marcenaria e carpintaria, panificação, restauração e similares e serviços.  A freguesia tem um porto, uma excelente zona balnear e um património arquitetónico muito rico, bonito, e colorido, em sintonia com o resto da ilha.

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No final do dia passámos pelo Miradouro  da Cruz do Canário, de onde se obtém uma vista privilegiada para o Ilhéu das Cabras

 Ilhéu das Cabras

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Piscinas Naturais de Porto Martins

Porto Martins é uma freguesia da Praia da Vitória. As piscinas naturais são das mais procuradas e têm um enquadramento paisagístico fantástico.

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O almoço no Boca Negra, foi a alcatra de congro, para a qual não tinha grandes expectativas, mas que é qualquer coisa de extraordinário. Um peixe fresquíssimo e muito saboroso. Os temperos, banha, pedaços de toucinho, vinho e pimenta da Jamaica, conferem a este prato, que só acompanha com pão, um toque único, especial e uma magnífica experiência gastronómica.

Ponta das Contendas

Um local magnífico onde se pode percorrer um dos trilhos pedestres mais conhecidos da ilha e de que fizemos  apenas uma pequena parte, desde a estrada de asfalto até ao miradouro com vista para o Farol das Contendas e Ilhéu das Cabras.

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No final do almoço fomos conhecer um pouco melhor Porto Judeu e seguimos para a Praia da Vitória. Parámos pelo caminho sempre que a paisagem ou o lugar o justificava. Na Praia da Vitória tinha-nos faltado o Miradouro do Facho e fomos até lá acima apreciar a magnífica paisagem que o lugar oferece.

Voltámos pelo interior da ilha, fomos novamente à Serra de Sta. Bárbara, que se apresentava sob um céu limpo,  na ilusão de que talvez fosse generosa. Mas não, lá no topo concentravam-se  meia dúzia de nuvens abaixo de nós  que nos voltaram a impedir de usufruir do maravilhoso cenário que oferece.

Serra de Santa Bárbara

É o ponto mais alto da ilha. Eleva-se a 1 021 metros acima do nível do mar e é constituída pelos restos de um vulcão inactivo e o maior da ilha. Em dias limpos oferece uma das vistas mais espectaculares da Terceira.

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Descendo da Serra seguimos à Canada do Pilar para visita à fábrica do queijo Vaquinha. Provámos e comprámos, mas não ficámos deslumbrados com este queijo. O meu preferido dos Açores é mesmo o de S. Jorge,  de sabores intensos.

De regresso a Angra, o resto do dia foi passado a passear pela cidade. Jardim Duque da Terceira, Porto e Centro Histórico. Decorria na ilha o Rally Ilha Lilás que terminou no final desse dia em grande festa no largo da Câmara Municipal.

  • Miradouro da Cruz do Canário
  • Ponta das Contendas
  • Porto Martins
  • Porto Judeu
  • Almoço no Restaurante Boca Negra em Porto Judeu
  • Praia da Vitória
  • Passeio pelo interior
  • Queijo Vaquinha
  • Angra do Heroísmo

O último da nossa visita à Ilha Terceira,  com voo para Lisboa ao final do dia, pareceu-nos ser o melhor para dedicar à cidade de Angra do Heroísmo, mas sobre ela vou falar-vos noutro artigo.

  • Angra do Heroísmo
  • Almoço na Taberna do Roberto
  • Regresso a Portugal

Alguma informação sobre a Ilha Terceira

Geografia: Segunda ilha mais habitada dos Açores, com 56 437 residentes (dados de 2011),  401,9 km2 de superfície, 30,1 quilómetros de comprimento e 17,6 quilómetros de largura máxima. Faz parte do Grupo Central do arquipélago composta por 5 ilhas, é a ilha mais a Leste e a ilha mais próxima é a de São Jorge, a 37,9 km de distância. O ponto mais elevado da ilha situa-se na Serra de Santa Bárbara aos 1021 m de altitude.

Quanto tempo ficar? Para quem quer aproveitar todas as potencialidades, fazer algumas caminhadas e usufruir das muitas e fantásticas piscinas naturais, 4 a 5 dias não será ideal mas será suficiente. Para quem pretende apenas conhecer de carro os principais pontos da ilha, 3 a 4 dias bastam seguramente.

Alojamentos: Não é muito barato o alojamento na ilha. Nós fomos em setembro e o mais em conta que encontrámos foi €50/noite num B&B: Angra Bed & Breakfast. Bem situado, a cerca de 10 minutos a pé do centro da cidade, é caro para o que oferece. Alguns quartos muito pequenos, casas de banho onde mal cabe uma pessoa, pequeno almoço muito fraco. Existem no entanto muitas outras opções e Hotéis muito apetecíveis.

Gastronomia: A gastronomia da ilha é muito rica e as opções de restauração são imensas. Das nossas experiências destacamos o Caneta, o Boca Negra, o Fonte das Sete Bicas e o Beira Mar. Como o  nosso alojamento incluía pequeno-almoço, o apetite para o almoço tardava em chegar. Por isso nunca almoçámos antes das 14,30h, 15h o que significou que o jantar foi quase sempre uma refeição ligeira. Podem consultar aqui  os principais restaurantes da ilha.

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Transportes

  • Como chegar: Podemos chegar à Terceira de avião (há voos diários directos de Lisboa para o aeroporto das Lages, na Praia da Vitória com uma duração aproximada de 2h30m e também alguns voos semanais a partir do Porto), ou de barco, se estivermos numa das outras ilhas do grupo central.
  • Como visitar: Sem dúvida que alugar carro é indispensável.

Principais trilhos pedestres:

Zonas balneares: Pode consultar aqui as principais Praias e piscinas naturais da ilha.

O que não perder? Aqui depende do que cada um valoriza. A paisagem é toda ela um postal e onde as  vistas da Serra do Cume e de Santa Bárbara ocupam lugar de destaque, são autênticos monumentos. O Algar do Carvão é imperdível, um lugar único. Eu perdi-me de amores pela arquitectura e colorido da ilha, pelos Impérios do Divino Espírito Santo, pela gastronomia e pela cidade de Angra. De tradição católica muito arreigada, a ilha está repleta de igrejas, ermidas, conventos e outros pequenos santuários.

Principais lugares a visitar:

  • Cidade de Angra do Heroísmo (centro histórico classificado como Património Mundial da UNESCO)
  •  Monte Brasil
  • São Mateus da Calheta
  • Agualva (Trilho das Baías de Agualva)
  • Farol Ponta das Contendas
  •  Porto Martins
  • Praia da Vitória
  • Serra do Cume
  • Quatro Ribeiras
  • Piscinas Naturais de Biscoitos
  • Ponta do Queimado
  •  Reserva natural da Serreta
  •  Serra de Santa Barbara
  • Algar do Carvão
  • Furnas de Enxofre
  • Gruta do Natal
  • Lagoa do Negro

Algumas igrejas

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Alguns  dos Impérios do Divino Espírito Santo

Pode consultar aqui a rota dos Impérios.

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2 pensamentos sobre “Terceira, a ilha lilás

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