Celebrar Abril: Os Filhos da Madrugada – T3

A temporada três dos Filhos da Madrugada, o programa da Anabela Mota Ribeiro na RTP3, está aí, começou no dia 7 e foi dominado, logo no primeiro episódio, pelo esplendor da festa de abril.

Não percam, a celebração da liberdade e da democracia também se faz ouvindo, conhecendo e a julgar pelos dois primeiros episódios há toda uma geração convocada para não deixar esmorecer as conquistas alcançadas.

Na semana em que um antigo primeiro ministro lança um livro de cariz bafiento, a transpirar retrocesso (não li, não tenciono ler mas algumas das “ideias” inscritas no mesmo veiculadas nos media são bem elucidativas do conteúdo) também começou a nova temporada dos Filhos da Madrugada, programa da RTP3 conduzido pela Anabela Mota Ribeiro e isso sim importa, ainda que não conheça o mediatismo do livro publicado por PPC.

Começou com os Varela, neto e bisnetos da fadista Celeste Rodrigues, a quem se seguiu no segundo episódio a escritora Ana Bárbara Pedrosa. Não poderia ter começado de melhor forma.

No episódio um a palavra esteve mais tempo do lado dos mais jovens e que felicidade, que alegria, no abril dos cravos, da liberdade, da revolução, da democracia, ter o privilégio de os ouvir e de os conhecer (na verdade já conhecia o Gaspar, o mais mediático dos irmãos).

Apesar de todo o desalento que me invadiu a alma nos últimos tempos, a ver e sentir os perigos que ameaçam verdadeiramente a liberdade, começo a acreditar mesmo que a Revolução continua em marcha e está bem entregue.

Começo e quero acreditar que, mesmo que os mais velhos, os que sentiram na pela as agruras da ditadura, os que lutaram pelos valores que realmente importa defender numa sociedade justa e plural e a quem devemos tudo, pela ordem natural da vida vão sendo cada vez menos, plantaram e regaram tão bem a seara, que ela há-de continuar a prosperar, a dar frutos e a alimentar esses valores. A alimentar-nos todos, os que acreditam e mesmo os que tudo fazem para que o tempo volte atrás. Se eles têm a possibilidade de os destruir, ainda que não percebam, é por haver liberdade.

Pode ser um chavão, um lugar comum, dizer-se que o futuro está nas mãos dos jovens mas a realidade é que não deixa de ser uma verdade inteira, porque está mesmo. O que eles semearem será o que vão colher e a colheita vai estender-se aos seus descendentes. Esperemos e a acreditemos que consigam travar o retrocesso, o conservadorismo, a ignorância, o preconceito e a intolerância. Que deixem passar a liberdade e a democracia.

Os Filhos da Madrugada, temporada 3 já a decorrer na RTP3. Não percam!

https://www.rtp.pt/play/p13222/e760307/os-filhos-da-madrugada

2 pensamentos sobre “Celebrar Abril: Os Filhos da Madrugada – T3

  1. Eu estou sempre um pouco a leste da programação da televisão… mas com esta sua referência acabei agora de ver o primeiro episódio desta série e concordo consigo Antónia, vale a pena e irei ver os seguintes.
    É bom saber que esta geração ainda tão jovem como por exemplo os Varelas, tem força e é capaz de lutar contra os velhos do Restelo que andam aí a crepitar….
    Obrigada pela dica!

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